terça-feira, 15 de novembro de 2016

PORTELA 1970 (Sinopse e Ordem de Desfile)

PORTELA 1970
 
 


LENDAS E MISTÉRIOS DA AMAZÔNIA

- SINOPSE 

ORDEM DE DESFILE Desfile -

"Na conquista de Portugal nada é mais extraordinário que a conquista do Amazonas". 

Joaquim Nabuco 


Introdução:

A aqueles que participaram da tarefa grandiosa de ocupação da Amazônia - penetrando na selva fechada, cruzando rios e igarapés e rompendo os mistérios da selva equatorial - incorporando aquele espaço territorial a nossa pátria, nossa homenagem.

Levando em conta a classificação de Mário de Andrade, sobre as danças brasileiras, o desfile de escolas de samba pode ser considerado dança dramática, pois conta um enredo através do canto, existindo assim um campo de ação dramática - a rua e a platéia de espectadores perfeitamente delineados.

A Paulo da Portela, pioneiro, em 1929, da introdução do primeiro enredo em escola de samba, a nossa admiração.

Ao longe, o ritmo cadenciado e quente da bateria anuncia o início do maior espetáculo de folclore urbano do mundo - o desfile das escolas de samba.

O Grêmio Recreativo Escola de Samba da Portela, participando deste espetáculo de arte popular, agradece e retribui os aplausos, apresentando seu enredo. 

Lendas e mistérios da Amazônia 

Fixou-se a Escola de Samba Portela neste enredo porque a Amazônia, considerada o grande norte brasileiro - engloba os Estados do Pará, Amazonas, Rondônia, Ceará, Rio Branco e parte do Maranhão - é o grande manancial das lendas mais genuínas do Brasil, devido à. pouca influência da cultura estrangeira.

Diante da imensidão das matas virgens o índio justificava seu temor ao que lhe era misterioso e inexplicável através das lendas. Ainda hoje, quando o homem civilizado encontra as mesmas dificuldades de fixação ao solo e mantém práticas de cultivo iguais às empregadas pelos silvícolas da região em pleno século XVI, as lendas permanecem.

A própria existência do Rio Amazonas, grande e misterioso, é explicada por uma lenda indígena. Há muitos anos a lua era noiva do Sol, que com ela queria se casar, mas se isto acontecesse, destruir-se-ia o mundo. O amor ardente do sol queimaria o mundo e a lua inundaria toda a terra com suas lágrimas. Por isso, não puderam se casar, pois a lua apagaria o fogo e o sol evaporaria a água. O sol e a lua separaram-se. Então, a lua chorou todo o dia e toda a noite e suas lágrimas correram por cima da terra até o mar. O mar embraveceu e as lágrimas da lua não puderam misturar-se com as águas do mar, dando origem ao rio Amazonas.

Jaci, como chamavam a Lua, é também criadora da Vitória-Régia. Conta a lenda que havia uma grande alegria na tribo com o nascimento de uma indiazinha cuja pele, branca como a luz da lua, a diferenciava de todos. Mais tarde, sua pele tornou-se rosada como o peito de Jaçanã e com este nome foi ela batizada e consagrada pelo Pajé como olhos de Jaçanã e resolveram vigiá-la. Uma tarde, quando ela tentava jamais poderiam fixar-se em qualquer jovem mortal. Todos os dias, satisfeita de sua resplandecente beleza, ela mirava-se horas a fio nas águas do Amazonas. Certa manhã, foi surpreendida pela declaração de amor de um belo índio de uma tribo vizinha e apaixonou-se pelo guerreiro. Os grandes de sua tribo notaram os sintomas de amor nos olhos de Jaçanã e resolveram vigiá-la. Uma tarde, quando ela tentava fugir com seu bravo guerreiro, foi surpreendida e aprisionada. Condenada à morte pelo Pajé, quando se realizavam os preparativos para seu sacrifício, o jovem, sem medir conseqüências, tentou salvar sua amada. No entanto, seus passos foram detidos por uma certeira lança que atravessou seu coração sob os olhos angustiados de Jaçanã que, resignada, deixou-se levar por índios fortes e impetuosos. Comandados pelo Pajé, os guerreiros atiraram-na nas profundezas das águas do Amazonas. Jaci presenciava tudo do alto do céu e, penalizada com a sorte de Jaçanã, fez com que ela surgisse do fundo das águas, transformada numa bela flor - a Vitória-Régia.

O amor também faz parte da lenda que concede ao Muiraquitã -pedrinhas verdes achadas no fundo do Amazonas - o poder de tornar feliz para sempre quem possuir uma. Achar as pedras é o sonho de muitos ainda hoje, sejam eles índios, caboclos da região ou mesmo os que vem de fora. O poder da pedra deriva das lendárias noites de amor das Amazonas, chamadas de Icambiabas (mulheres sem marido) pelos antigos silvícolas.

Poucas roupas, altas e sedutoras, as Amazonas eram guerreiras valentes que resolveram viver sem o auxílio dos homens, chegando até a subjugar algumas tribos, pois eram invencíveis manejando o arco e a flecha com extrema perícia.

Uma vez por ano, em grandes festejos, os índios eram recebidos na intimidade. Só assim, haveria a propagação da raça. A tribo escolhida ufanava-se com tão grande honra e os igarapés, sobre os quais se entrelaçavam lianas e cipós, formando um toldo verde, serviam de caminho para as igaras dos escolhidos.

Estes, assim que chegavam, eram recebidos com festas. Cada homem trazia na igara sua rede, logo retirada pela Amazona que o escolhera. Ao entardecer, sedentos, os índios galgavam a barreira pardacenta do rio à procura da rede, com os penachos ao vento e chocalhando os guizos que traziam no tornozelo. Ao anoitecer, iniciava-se o baile selvático. O cauim, servido em abundância, assim como o pó de paricá, que produzia sonhos paradisíacos, encarregavam-se de derreter o constrangedor receio. A festança continuava pela noite adentro. Pela manhã, cansados, eles voltavam às suas terras trazendo pendurado no peito o muiraquitã ofertado pelas Amazonas. As filhas desta união se­riam as continuadoras da raça, os filhos trucidavam-nos ao nascer.

As crendices, são muito comuns entre os nativos que ainda não se libertaram dos usos, costumes e tradições deixados por seus antepassados. No entanto, a lenda que mais variações sofre, conforme a região da Amazônia, é a do Saci-Pererê, também chamado de Kilaino e Curupira, que assume diversas características, sendo um dois mais espantosos e populares entes fantásticos das matas brasileiras. É o responsável por tudo o que parece misterioso aos homens da Amazônia. É malvado e bondoso ao mesmo tempo, senhor dos animais, protetor das árvores e muitas outras coisas, inclusive a explicação dos rumores misteriosos que originam as lendas em toda a Amazônia.

Ordem de Desfile: 


- Abre-alas - A. Águia, símbolo da Portela, em movimento. 

Comissão de Frente

- Índios - Ala de coreografia
- Índios - ladeados por alegorias de mão
- Expedição de Francisco Orelhana no século XVI - Francisco Orelhana (Bigode) acompanhado de diversas alas masculinas fantasiadas com trajes da época.

3° Mestre-sala e Porta-bandeira - Augusto e Iracy

- O Sol e a Lua - Alberto Almeida e Wilma


Alegoria - "Tupã no seu reino encantado" - ladeado por índios 

- Sacis - meninos com um destaque
- Bandeirantes, Caçadores e Damas - alas mistas


Bateria - comandada por Betinho
 


- Caçadores de Esmeraldas - diversas alas
- Jaçanã e Pagé - Paulete Silva e Luis Carlos



Alegoria - "Jaçanã, bela como uma flor" 

- Sacis - Meninos com um destaque


2° Mestre-sala e Porta-bandeira - Maurício e Eny

- Baianas
- Garimpeiros - ladeados por alegorias de mão
- Pedras Preciosas - Esmeralda, Topázio, Turmalina Rosa e Ametista

1° Mestre-sala e Porta-bandeira - Zequinha e Irene

- Caçadores de Pedras Preciosas
- Amazonas - mulheres representando as Icamiabas


Alegoria - "As Amazonas, mulheres guerreiras" 

- Sacis - meninos com um destaque
- Água Marinha e Diamante Azul - Odila e Clóvis Bornay
- A busca da fortuna - penetradores da mata Ladeados por alegorias de mão.

Figurinos - Ruggy
Enredo e fantasias - Clóvis Bornay
Cenografia - Yarem 

domingo, 30 de outubro de 2016

PORTELA 1969 (Sinopse e Ordem de Desfile)

     PORTELA 1969

TREZE NAUS
Sinopse e
ordem de desfile

Hoje, a irmã nação lusa reverencia a epopeia de 1.500 como sua maior ação Histórica.
 
Das grandes navegações, das grandes descobertas do vasto império ultramarino, é por certo o Brasil o mais belo florão; nossa civilização e o prolongamento natural da civilização lusa no Novo Mundo, ainda que enriquecida das características próprias ditadas pela diversidade geográfica de suas regiões naturais.

Não há maravilha maior, milagre mais comovedor e mais famoso do que o que está se operando em Portugal com o reflorescimento da nacionalidade, que em certo momento triste, pareceu haver murchado, perdendo as suas pétalas mais belas em desfolhamento de morte.

A aspiração dos Quinhentistas ao celebrarem os feitos de Pedro Álvares Cabral, imortalizou a alvorada gloriosa do descobrimento do Brasil. Epopéia histórica e epopéia marítima em que palpita a alma de PORTUGAL-BRASIL.

O instinto da raça, acordando, impeliu-a para o relicário das suas glórias, como a Fé, inflamando-se no coração do crente, leva-a ao altar da Pátria.

Reverenciando Pedro Álvares Cabral, ressurgiram todas as grandezas de outrora; e estrondoso e triunfal clamor das tubas, quando viril e de pé, armado e ardente, como nos dias belíssimos em que deixando o solo pátrio, arvorando alto, no punho o pendão das conquistas cingia os mares, levando-o por "terras virgens e mares nunca d'antes navegados..."

Na coragem e audácia do navegante descobridor, tão decantada em prosa e em verso pelo gênio eterno de Luiz de Camões, símbolo e alma da Raça.

É dele que estão saindo os novos dias, dele está dimanando a nova seiva, que se infiltra no solo, que penetra os corações, que se infunde nas almas.

De suas glórias cantam-se as epopéias e delas tiram o calor, que é a vida, com o entusiasmo que a exalta, com a inspiração que embeleza e a torna digna das novas gerações.

O nome de Cabral relembra o repicar dos sinos. Sinos que anunciam os seu feitos heróicos, na glória de suas descobertas.

Por isso, no esplendor cívico desta faustosa homenagem ao Senhor de Belmonte, estamos reverenciando sua memória, exaltando sua marcante e inconfundível personalidade, na viva glorificação da posteridade.

Cabral tinha por símbolo sua fé; por lema... O descobrimento.

Seu nome está inscrito no bronze eterno da gratidão da nação brasileira. A pátina do tempo não conseguiu apagar a sua figura, mas, ao contrário, sua individualidade se avulta ao passar das gerações pelo milagre da ressurreição.

Ordem do Desfile 

- Abre-alas - Timão circundando o globo, com as armas heráldicas de Pedro Álvares Cabral.
- Comissão de Frente - Traje de Gala, relembrando uniforme de Almirante.
- As treze naus - Alas de Baianas, tendo sobre o torso As treze naus.
- Ala das Novidades - Marinheiros em danças coreográficas.
- Ala dos estudantes - Marinheiros estilizados
- Bandeiras dos navegantes 

- Alegoria: Cortejo do Rei D. Manoel, acompanhando o capitão-mor, às margens do Tejo.

- 3ª Porta-Bandeira e 3ª Mestre-Sala (Izabel Gouvêa e Fernão Cabral [Pais de Cabral])

- Grande destaque - Rei D. Manoel (Bolinha) Rainha de Portugal (Odila) Arcebispo de Ceuta (Luiz Carlos).

- Alegoria - O "Altar da Pátria" monumento exaltando a etnia brasileira.

Ala dos Indios, ladeando a alegoria. Baianas em evolução.

- Bateria - Comandada por Betinho (Tecido estampado) com as armas de Portugal.

 
- Passistas - Passos individuais, Trios, exibição de Conjunto. Tijolo - Pelé - Nívea - Vera - Cacilda - Paulete Silva - Elenita - Macaé - Renato - Gerônimo - Mauro Sérgio - Osso - Moisés - Haroldo - Paulo e outros.

- 2° Mestre-Sala e 2ª Porta-Bandeira

Mestre Cantor - Coro (Ala dos Compositores)
- Fidalgos e Damas Nobres - Alas de Destaque: Vasco da Gama - Luiz de Camões - (José Walter Ribeiro da Silva)
Escudos e Brasões - (Figuras de destaque isoladas)

 
- 1ª Porta-Bandeira (Irene) e 1°Mestre-Sala (Zequinha - Grande Destaque)

Guarda de honra - 2 mestre-salas
- Nobres e Fidalgos - Ala dos Príncipes
Destaque - Pero Vaz de Caminha
Rei de Calicute

- Alegoria - Netuno e a Rainha do Mar

- Vestes - (Espargindo pétalas de flores, em papel azul laminado azul e prata).
- Ala de Bailarinos - Exaltação à Glória (Domingos Campos, representando a Glória).
- O insigne descobrir - Pedro Álvares Cabral - senhor de Belmonte, conde de azarrua, capitão-mor, o descobridor.
Bandeira da Ordem de Cristo - Srta. Leda (Tetra-campeã dos jogos da Primavera) - Porta-Bandeira.
- Ala de destaque - Representando os 12 Capitães da Armada de Cabral.

- Alegoria - Vitrais monásticos (Uma concepção artística, fundada nos estilos manuelinos, tendo ao fundo, um vitrô, representando a partida das Treze Naus)

- Ala dos Compositores - Saúda o povo e agradece a manifestação de carinho e os aplausos dedicados ao G.R.E.S. Portela. 

Alegorias: 

Abre-Alas
1° Bandeiras dos Navegantes
2° Altar Pátria
3° O Vitrais Monásticos 

Abre-Alas 

O Globo circundado pelo timão ressaltando as armas de Cabral sobre as ondas do mar revolto, no dístico: - 1500 - Prosopopéia Cabralina - 1969

Bandeiras dos navegantes

1 - Bandeira da Ordem de Cristo
2 - Bandeira das Quinas
3 - Bandeira Pessoal de D. Manoel

Foram estas as bandeiras das grandes navegações; foram as bandeiras de Vasco da Gama, de Afonso de Albuquerque, de Bartolomeu Dias e de Álvares Cabral, que nas velas das "lusas náos gloriosas" também conduziam a cruz vermelha da Ordem de Cristo através dos mares nunca d'antes navegados",. Foram as bandeiras que em 1500 Cabral arvorou na terra do Brasil.

A bandeira da Ordem de Cristo esteve exposta no altar de Belém, durante a missa pontifical que rezou na véspera da partida da frota descobridora. O Bispo de Ceuta benzeu-a e D. Manoel a entregou por suas mãos a Pedro Álvares. Acabada a cerimônia, el-rei, ao lado de Cabral, e todos em solene procissão, acompanham a bandeira arvorada até a praia, onde baloiçavam as caravelas.

As 13 naus - tinham a cruz pintada nas velas, como se vê em todos os desenhos dos séculos XV e XVI, e usavam uma grande variedade de bandeiras, entre os quais o estandarte real, branco com as armas portuguesas; a bandeira branca, com a cruz de Cristo; o pendão das quinas, branco debruado a vermelho, com cinco quinas azuis redondas; bandeiras azuis com cruz branca e as quinas; Guiões e pendões farpados, brancos com a cruz de Cristo; pendões farpados de amarelos, verdes e vermelhos; flâmulas verdes e vermelhas, içadas as três a par no mastro grande e as bizarras divisas e insígnias de cada capitão.

O "Altar da Pátria"

Pequeno monumento, no qual se reúnem num bloco, encimado pela esfera armilar que era o símbolo de Portugal no século venturoso, todas as grandezas de sua História, nos quais se aprumam figuras que deram origem a nossa raça.

Vitrais Monásticos

Maravilha de coluna e de desenhos manuelinos, relembrando os vitrais monásticos, primorosamente trabalhados a vidros coloridos e caprichosas filigranas. É a consagração mais bela da intimidade dos laços que prendem os povos irmãos, o que sendo já hoje indissolúvel, se tornará sempre mais profundo no sentimento da ARTE, da BELEZA e da RAÇA.

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

PORTELA 1974 (Cronograma de Desfile)

PORTELA 1974
 
o Mundo melhor de
pixinguinha

- Cronograma de Desfile -


O Desfile:

1ª Parte: O surgimento de um gênio (ou "O primeiro andamento")

A Portela abre o seu desfile carinhosamente. Uma gigantesca águia - o símbolo da Escola - em posição de vôo carrega, através de uma carreta presa ao bico, o globo terrestre - O MUNDO MELHOR DE PIXINGUINHA. O mundo todo azul vem girando e tem por cima um menino - PIZINDIM, menino bom no dialeto africano da avó de Pixinguinha - tocando flauta. Aos lados diversas liras iluminadas - o símbolo da música e por baixo um pandeiro - o símbolo do samba - dão complementação ao carro Sambando e desenvolvendo graciosos movimentos, aos lados e à frente do carro, o grupo abre-alas. Eles completam o carro abre-alas. Vendo-os ao longe, suas belíssimas fantasias lembram espumas do mar, espraiando num maravilhoso vai e vem. Eles fazem uma saudação ao público em nome do gênio Pixinguinha.

Logo depois, a comissão de frente. Quinze belas e deslumbrantes mulatas, com fantasias que lembram as deusas, trazendo às mãos liras.

Esta é a apresentação da Escola. Logo a seguir vem a primeira parte. Nada de dísticos, nada de cartazes. Os acontecimentos vêm fluindo, num esclarecimento de fatos maravilhosos que marcaram a vida de Pixinguinha. O começo é a ala das crianças - Os Pizindins. Elas vêm fantasiadas de chorões. Pixinguinha foi eminentemente um chorão. Por isso iniciamos com este tipo de fantasia que será repetido, em sua essência, em todo transcurso da Escola. Chapéus de palha, colete, gravatinha e uma flauta na mão. Tijolo é o comandante das crianças. Ele estará orientando a coreografia delas. A ala desfila com liberdade, levando afiadíssimo o samba no gogó, usando apenas algumas marcações e movimento, de acordo com o tempo do samba. Atrás delas vêm as avós africanas, uma homenagem à avó africana de Pixinguinha. Alguns destaques representando as tias baianas: Tia Ciata, tia Emerenciana. E depois a tradicional ala das baianas (100 componentes). Este ano as baianas vêm na primeira parte. Elas que são a nata, a raiz da Escola e têm a responsabilidade de manter o clima de impacto que a abertura proporciona.

 
 Velhos Chorões

A velha guarda (40 componentes) fantasiados de velhos chorões complementam as baianas. Eles são os antigos sambistas e vêm simbolizando os músicos que freqüentavam a pensão Viana. A seguir a ala Vai Como Pode (130 componentes), prosseguem o clima os Chorões. Representando o rancho Filhas da Jardineira, ao qual Pixinguinha ainda com calças curtas pertenceu, vem a ala Macunaíma (com 100 componentes).

A Boemia

Os caprichosos, uma ala com 40 componentes, representam o restaurante La Concha - garçons e garçonetes.

Agora o primeiro CARRO ALEGÓRICO. Seu tema é o Surgimento de um Gênio. Nele, a deusa da música abençoando um menino que sobe em sua direção - o gênio Pixinguinha. Cavalos alados (mitológicos) e o chafariz da Praça 15 (fixando o gênio nesta cidade) mil luzes, brilho em profusão e complementos diversos.

A Ala dos Impecáveis faz o Teatro Rio Branco, bem como a ala Jovem Flu. Eles formam um grupamento de cerca de 100 sambistas. Os Supremos mostram a Lapa.

A Ala das Novidades forma o bloco do Caxangá, pelo qual Pixinguinha tudo largava, para desfilar. São 100 figuras de sambistas. Os Kabuletês (30 componentes) simbolizam o Cine Palais. A sala de espera. O público. Os cadetes, uma ala pequena mas muito bem representada vem como maestros. Depois 2 destaques: Bolinha e Odila. O tema deles é PIXINGUINHA. Ambos homenageiam PIXINGUINHA com suas fantasias.

Um grupo de alas - Intimidade, Panteras, Show da Portela, Feliz Natal; Nós e Elas e Harmonia - que formam grupamento de cerca de 200, dão aquele toque necessário ao enredo, os Chorões. 



A Festa da Penha 

A festa da Penha tem seus momentos de glória. Super-freqüentada ela ainda representa um calendário importante no divertimento do carioca. Com suas barracas, vendedores, rodas de samba, um mundo de gente passeando, também tinha, em Pixinguinha, um adepto constante. Por isso ela vem representada por destaques e alas. Dalva dos Santos, Rosemary Santana, Rosemilde Santana, Aldacyr Albergaria, Nilza Trindade, Wilmar Motta e alas Alô, Alô Madureira, Paulo Afonso Garcia, Pés de Ouro.

A Corte

Quando da visita do Rei e da Rainha da Bélgica, em 1920, PIXINGUINHA foi convidado especialmente para fazer apresentações para eles.

No enredo eles vêm representados por Waldemir P. Silva - O Rei da Bélgica e Irene Praça - a Rainha da Bélgica, juntamente com seu séquito, a Ala dos Lordes, os destaques Sra. Florestam, Célia, Cleuza, Ana Apolinária, Maria Aparecida, Neir dos Santos, Lea S. De Silva e ala do Silêncio.

Fechando esta a primeira parte temos a Ala Feitiço das Dendecas (15) e Calçadas (80) fazendo o teatro-revista e os nossos 2° mestre-sala e 2ª porta bandeira.

2ª Parte: Esplendor do Artista

Outros Tempos

A segunda parte se inicia com as excursões do grupo formado por Pixinguinha. É a subida para a Glória, o esplendor do artista.

Assim temos a Ala Bigode do Nozinho (60 componentes) com viagem à Bahia;
A Ala dos Cafonas (50 componentes) com viagem a Pernambuco;
A Ala Dragões da Aristocracia (40 componentes) com viagem a São Paulo.

Um destaque, a Sra. Caetano faz viagem a Minas juntamente com a ala Rodapé (50 componentes).

Os destaques Jorge da Rocha, Maximiniano J. Cruz, Jorge Santana fazem os Batutas.

Depois duas alas continuam marcando o enredo com chorões - Ala do China (100 componentes) e Águia de Ouro (30 componentes).

Uma dupla show Cléia e Edinaldo fazem os bailarinos Gaby e Duque, que se tornaram famosos na Europa, dançando o maxixe.

E mostrando toda pujança e luxo da Boite Assírius duas Alas Guanabarinas e Dez Mais.

Paris 

Cidade-luz. A primeira excursão de um grupo de músicos ao exterior.

Um destaque representa Paris - Beki Klabin. Uma ala, a dos Universitários (100 componentes), dão o estilo francês com moças e rapazes sambando. Depois, ainda em continuação ao clima de Paris, o grupo Paris.

O segundo carro alegórico é o Cabaret Scherazade. Lá vemos apresentando-se num palco giratório com um deslumbrante cenário, os Batutas que, naquela cidade, se apresentaram com sete integrantes.

Dois destaques - Pedrinho e Wanda - abrem o show do Cabaret Scherazade.

A Ala do Conde (100 componentes) faz este cabaret e após, ainda com Scherazade, os destaques Aílton de Souza, Antônio F. Santos, Marly Albino Silva, Didi e Haroldo Reis.

Fazendo a revista Bataclan as Alas Maravilha (30 integrantes) e Isa da Viola (20 integrantes).

Feira de Amostras

Por ocasião do centenário do Brasil foi organizada uma grande feira de amostras. Pixinguinha e seu grupo lá se exibiu.

Os destaques Milu e Mauro simbolizam a feira de amostra.

A ala Divino Mestre também faz o tema. 

Para mostrar a companhia negra de revista, na qual Pixinguinha tocava com sua orquestra no teatro Rialto e no qual conheceu Albertina de Souza, a Jandira Aimoré, com quem veio a se casar, temos os destaques Lucy Nogueira, Tereza, Jacy, Marivalda, Marsília e Tereza T. B, que faz Jandira Aimoré.

As Alas Acadêmicas da Portela (50 componentes) e Estamos Aí, Bicho (30 componentes) representam a Cia. Negra.

Outra vez marcando o enredo com o tema chorões as alas Príncipes, Jovem, Quem Não É, Não se Mistura, Fidalgos e Secretas.

A Ala Majestade (40 componentes) faz a viagem à Argentina.

A Ala Corações Unidos da Portela faz os escravos da guarda-velha. Ela representa a origem da guarda-velha, que depois se transformou em velha-guarda.

E fechando a 2ª parte a ala Florentina, com cassino, tendo à sua frente Dona Ester, que faz a Carmem Miranda e, após, os 1° mestre-sala e 1ª porta-bandeira.

3ª Parte: Homem é um poema (ou Um reconhecimento e uma homenagem)

Este homem é um poema

A terceira parte se inicia com a ala Tema e Avanço (30 componentes) encerrando a velha-guarda. Depois a ala Chova ou Faça Sol fazendo a boite Casablanca, o show produzido por Zilca Ribeiro, o samba nasce no coração.

À frente da ala Paulete Silva, como vedete do show. A seguir uma série de vedetes, a ala Carmem Miranda (30 componentes).

A Ala Niterói (30 componentes) com o show da Boite Casablanca.

Outras alas de chorões: os Esquilos, Liberdade, Adeptos, Transas, Conjunto Guanabarinos, Embrasados, Essa é diferente.

O destaque Zélia como musa.

A Ala Os Boêmios faz o bar do Gouveia. "Todos os dias vou ao Gouveia. E porque o apartamento fica vazio. Então você sabe. Vou pra lá. Encontro amigos. Bato papo", dizia Pixinguinha.

A Ala Hippie vem desenvolvendo os feirantes de Água de Meninos, uma cena do filme 'O Sol Sobre a Lama".

As Alas dos Estudantes, Inimitáveis, Jambetes, Filhos da Águia com o tema Rua Pixinguinha. São fantasias livres comemorando o fato.

Agora o 3° carro alegórico. Homenagem a Pixinguinha. Uma gigantesca rosa se abre e aparece o busto de Pixinguinha. Luzes em profusão. Enfeites.

Destaques e alas com o tema Rosas: Shirley, Azucrinados, Grupo de floristas, grupo Marlene Oliveira..

A Ala Magnatas homenageia a Escola Pixinguinha. Outro grupo de chorões Aquários, Mil, Carinhoso, Mocotó, Mistério, Chacrinha, Amigos do Samba.

O destaque Vilma Nascimento com uma luxuosa e original fantasia, o cisne, presta uma homenagem singela ao gênio Pixinguinha, faz o mundo melhor de Pixinguinha.

Fechando a Escola a ala do Donga com seus 170 integrantes, com fantasia livre, homenagem a Pixinguinha.

A Bateria não tem posição fixa. Vem com 200 integrantes, fantasiados de chorões. A regência é do Mestre Cinco.

O 1° mestre-sala é o internacional Bagdá, exímio bailarino. A 1ª porta-bandeira é a campeonissima Irene, com seu porte de rainha, completa sambista.

Os compositores fantasiados de chorões ajudam a harmonia.

No comando supremo da Escola, o grande Natal e sua diretoria. 

sábado, 13 de agosto de 2016

PORTELA 1972 (Cronograma de Desfile)

PORTELA 1972



Carro Abre-Alas: Motivos Africanos


Na parte anterior: O símbolo da Portela
A Águia Real pousada sobre um pandeiro, desenvolvendo graciosos movimentos. 
O nome da Escola. O enredo.

Em toda a extensão do carro: numerosos dentes de elefante, estilizados, contorcendo-se para o céu, evocando a pujança da Terra da Vida (a Ilu-Ayê). Máscaras representativas das principais nações africanas.

Acompanhando o Carro Abre-Alas, um grupo africano desenvolvendo danças cerimoniais do ritual da fertilidade.

Parte 1:  África Distante

COMISSÃO DE FRENTE: Embaixadores de diversas nações africanas
Estandartes da Nação Nagô
Guerreiros de Nagô – Ala dos Estudantes
Estandartes de Angola
Guerreiros de Angola – Ala do Donga
Estandartes dos Haussás
Guerreiros de Haussás – Ala dos Demolidores
Guerreiros de Haussás – Ala do Conde
Estandartes dos Minas
Guerreiros de Minas – Ala Estamos aí bicho
Guerreiros de Minas – Ala do Ketu
Guerreiros de Minas – Ala dos Azucrinados
Guerreiras de Minas – Ala das Bacanas
Guerreiras de Minas – Ala Minha doce namorada
Guerreiros de Minas – Ala Bons Amigos
Estandartes dos Gêges
Guerreiros Gêges – Ala dos Cafonas
Nobres Africanos – Ala Vai como Pode.

Parte 2: Aculturação

Primeira alegoria: Tela chegada ao Brasil

Feitores – Ala do Kabuletê
Senhoras da Casa Grande e Capatazes – Ala Mocidade Rica

Capataz – Destaque

Senhor do Engenho – Ala dos Destemidos
Trabalhadores do Engenho – Ala Eles Têm que Ver
Senhor do Engenho – Ala do Segredo
Trabalhadores das Minas – Ala Os Embrasados

Senhora do Engenho – Destaque

Senhor da Casa Grande – Ala Os Dez Mais
Sinhazinhas – Ala Dragões da Aristocracia

2ª Porta-Bandeira e Mestre-Sala

Escravo de Ganho – Destaque

Escravos de Ganho – Ala dos Nós Somos Assim



2ª Alegoria: Tela Casa Grande – Representando a Casa Grande

Festas Populares do Negro (nas fazendas):
Batuque – Ala do Congo
Batuque – Ala Secreta
Batuque – Ala As Impossíveis
Capoeira
Lundu – Ala Majestade
Festas Populares do Negro (na rua)

Rei Conguez – Destaque
Rainha Conguez – Destaque

Acompanhantes do Rei e da Rainha – Ala dos Príncipes
Taieiras

Parte 3: Integração

Festa da Abolição – Alas conduzindo bandeiras e estandartes representativos do evento

Princesa Isabel – Destaque

Damas e Cavalheiros da Época – Ala dos Impecáveis
Castro Alves – Destaque
Festejos – Ala de Passistas

José do Patrocínio – Destaque
Luíza Regadas – Destaque

Painéis mostrando a contribuição dos Negros nos diversos setores da Arte.

Baianas – Ala das Baianas
Baianas quituteiras oferecendo comidas da cozinha afro-brasileira.




Apoteose: carnaval

3ª Alegoria:  Rei Momo - A figura alegórica do Rei Momo saudando o povo

1ª Porta-Bandeira e 1° Mestre-Sala
Alas diversas representativas do carnaval:

Pierrots, Colombinas, Palhaços, Fantasias de luxo (destaques), Confete, Serpentinas, Carnaval de rua e Carnaval de clubes.

Notas:

A Bateria não tem posição fixa. Vem com trezentos componentes sobre a direção de mestre Cinco. Sua fantasia representa o Negro como defensor do solo brasileiro.

Por uma questão de simplificação incluímos somente cinco tipos de máscaras que representam as principais “nações” aqui transplantadas.

Em sendo a escola do povo, o sambista é a figura de maior importância para a Portela. Destarte, quaisquer desfilante que por méritos próprios hajam adquirido projeção na vida nacional, na passarela da avenida ele é tão considerado como qualquer sambista. Tem os mesmos valores que os integrantes das nossas alas. Na Portela não há personalidades; há sambistas.

As alegorias são simples e leves, trazendo como cuidados a representatividade do enredo e o bom gosto artístico. Nelas também participam ativamente os sambistas da Portela.

Apresentamos como Abre-Alas um grupo de africanos, representando as danças cerimoniais, ligadas às organizações clâmicas, sobrevivências totêmicas que exerceram profunda influência no Brasil. Este grupo representa o ritual da fertilidade à semelhança dos ritos sexuais, dos quais uma das danças mais típicas é o Qizomba e o Mampombo, espécie de dança erótica. Os negros sudaneses e Bantus transportaram para o Brasil suas danças religiosas e guerreiras.


Os carros dos tímpanos e dos cantores vem decorados com motivos africanos.

domingo, 31 de julho de 2016

PORTELA 1975 (Cronograma de Desfile)

PORTELA 1975


Cronograma do Desfile:

Portela liberta mágoa e alegra os corações

Abertura:
Cobra com um Nó “Mata a cobra e dá um nó”: Ala guarnecendo

Carro Abre-Alas: 
Abertura da floresta. No fundo do mato virgem nasceu “Macunaíma herói de nossa gente”. Asas de pássaros desenvolvendo preciosos movimentos Mulata escultural fantasiada de Águia da Portela.




Comissão de Frente: 15 mulatas fantasiadas de Muiraquitã

Macunaíma, Jiquê e Maranape: Destaques

Danças religiosas das tribos
(Muruá, Poracê, Torê, Bacororô, Cucu Icogue): Alas diversas e destaques

Tribo Tapanhuma: Alas

Iriqui: Destaque

Tribo Caxinauá: Alas
O Curupira: Adereço
O casamento de Macunaíma: Alas e destaques

Macunaima imperador do mato virgem: Destaque

Séqüito de araras e jandaias: Ala
O filho encarnado: Ala

Naipe e Titçate: Destaque

Tribo escrava da Boiúna Capei: Alas

O Uirapuru: Destaques


1° Carro alegórico: A Muiraquitã

Bandeirantes: Alas e Destaques
Pastoril: Alas e Destaques
A macumba: Alas e Destaques
Rio de Janeiro: Alas e Destaques

Uei, a Sol: Destaque


2° Carro alegórico: O gigante Piaimã

Ala Mário de Andrade (modernismo): Ala
Mianique-Teibe: Ala

Vagalumes: Destaque

Paui-Pódole: Alas e Destaques

3° Carro alegórico: A constelação

Estrelas: Alas diversas
Firmamento: Alas e Destaques
Adereços inúmeros e alegorias conduzidas